quarta-feira, 14 de julho de 2010

A esperança de um homem louco.

Era uma vez um homem louco. Por todos os dias de sua vida, este homem foi a uma praça movimentada de sua cidade e gritou, até que ficasse sem voz: "O amor salvará o mundo".
Havia, porém, um detalhe: este homem nunca acreditou em suas próprias palavras. Sempre se considerou um idiota que continuava a gritar algo em que não acreditava.

Até sua morte, o mundo não havia sido salvo pelo amor. Seu mundo interior? Também não foi salvo pelo amor. Ao contrário, o amor consumiu seu espírito ao lhe impor a dúvida. Por que gritava aquilo todos os dias, se não acreditava que era possível? Duvidava de si, do mundo, do amor. Decidiu parar de perguntar. E que erro gravíssimo, imperdoável.

Eu conheço pessoas que ainda gritam, todos os dias, que acreditam no amor. E não pararam de fazer perguntas. Fico feliz por elas. Elas me tornam feliz por saber que passarei minha vida miserável ainda com o conforto de poder enxergar o que há de mais belo no pensamento humano:

Esperança.