quarta-feira, 27 de agosto de 2008

(.......)

"(...) E essa justiça desafinada é tão humana e tão errada (...)"
Renato Russo e suas redundâncias pra fazer pessoas burras como eu entenderem o que nem ele mesmo conseguia entender direito

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Ser humano: o pior dos animais

Andei lendo algumas coisas engraçadas que me obrigaram a escrever e refletir um pouco sobre algumas coisas; em um blog, um rapaz escreve o quão absurdo ele considera a constituição brasileira punir mais severamente, em alguns casos, uma pessoa que mata um animal do que uma pessoa que mata um outro ser humano. Como a ótica com a qual você observa as coisas pode ser uma comédia.
Como funciona a vida animal em um determinado ambiente? Quando há condições favoráveis para o seu crescimento (comida suficiente, temperatura de acordo com o nível de sobrevivência específico de cada animal, fatores como água, luz, todos variando de acordo com a necessidade de cada ser vivo), o crescimento dessa espécie se torna descontrolado até que esses itens comecem a se tornar limitados devido a esse crescimento. Então, começa a haver uma queda brusca devido a uma competição entre esses próprios indivíduos, tornando, caso tudo isso fosse representado em um gráfico, algo semelhante a uma "onda", com uma subida brusca e uma queda no crescimento da população. No entanto, no caso de uma racionalidade presente, seria fácil simplesmente notar isso e evitar esse crescimento, o que viria de cada um; todos os seres racionais dessa espécie perceberiam que esse crescimento desenfreado prejudicaria o bem estar tanto deles próprios quanto de seus descendentes futuros.
Por muito tempo a mortalidade manteve-se alta juntamente com a natalidade para o ser humano, até surgirem melhorias no sistema, como redes sanitárias, controle de doenças, vacinação, muito do que vem da Revolução Científica, que facilita a sobrevivência humana, o que fica claro principalmente após a segunda guerra mundial; esses fatores tornam o ambiente propício ao desenvolvimento da espécie humana, torna a espécie passiva de sobreviver e crescer por ter muito do que compõe suas necessidades de sobrevivência em abundância e dá a ela capacidade de enfrentar o que pode impedi-la de sobreviver. A partir daí, a população na terra começa a crescer até índices que podem se tornar perigosos para a sobrevivência, criando assim uma competição dentro da própria espécie: o trabalho pelo dinheiro, os furtos, roubos, assassinatos.
Basta observar as fases do crescimento populacional de um país. Inicialmente, esse país tem ambas taxas de mortalidade e natalidade altos. Posteriormente, com um ambiente favorável ao crescimento (queda da mortalidade por melhorias nas condições de vida), a população começa a crescer desenfreadamente até esta notar que isso é desvantajoso para ela (mas lembre-se, a população nunca nota e passa para a 3a fase, que é a diminuição da taxa de natalidade, antes de passar pela 2a fase, que seria o grande crescimento, ela só notará que esse crescimento será desvantajoso para ela ao sentir realmente isso e só então perceberá que as taxas de natalidade devem ser controladas).
Todo esse processo humano segue exatamente todo o processo de uma população animal qualquer que habita um ambiente qualquer. Cresce irracionalmente até perceber que o ambiente não suporta todos eles e então começam a competir entre si pela sobrevivência.
Nota-se também que cada animal tem seu método de se proteger e garantir sua sobrevivência: a própria força, camuflagens, venenos; no caso do ser humano, a inteligência.
Portanto, uma coisa que não entendo é porque as pessoas insistem em diferenciar o ser humano de outro animal qualquer. O ser humano pode ser mais inteligente que o resto em geral, tudo bem, digamos que seja sua arma, mas ele não atinge graus de racionalidade como muitos acham que atinge; assim como todos os animais, o ser humano é totalmente instintivo, não consegue prever nada e, mesmo que consiga, não consegue evitar, procura reagir e achar soluções quando não há mais meios de evitar o problema, quando já o sente na pele, mesmo que ele pudesse ter sido evitado antes, não vale a pena pensar em nada disso enquanto ele não te toca, chega em você e você sente o que havia sido previsto que ele ia trazer. Quando esse toque acontece, aí sim a busca de uma solução é inevitável. Assim acontece com qualquer dos animais, seja uma formiga, um leão, ou a espécie humana.
Vale lembrar também que não há somente a competição intra-específica, mas também a competição inter-específica, desde que haja coincidências entre as necessidades de sobrevivência de duas ou mais espécies.
Onde eu quero chegar é que o ser humano, em uma visão geral, se comporta como qualquer animal, procura soluções da forma e no instante que qualquer animal o faria, age instintivamente como qualquer animal (basta ler o caso dos exploradores de caverna ou qualquer livro de característica naturalista, principalmente na literatura nacional, e notará que em seu interior o ser humano é instintivo como qualquer outro ser vivo; apesar de não ser difícil notar isso no dia-a-dia, vale lembrar que, em um zoológico, você pode pôr seu braço dentro da jaula de um leão se ele estiver bem alimentado, mas experimente chegar perto da jaula caso ele tenha ficado sem comida); ou melhor: o ser humano apresenta TODAS as características de qualquer outro animal.

---------------------------------

Se chegamos à conclusão de que o ser humano não tem diferença nenhuma pra qualquer outro ser, pensemos agora o que torna um ser vivo bom ou ruim, importante ou sem importância, e então pensemos em qual deveria ter mais ou menos valor perante a lei. Pra isso, vamos nos basear no que já está impregnado em nosso próprio pensamento.
Imaginemos uma plantação infestada por uma praga; essa praga não a destrói por peraltismo ou falta do que fazer, mas porque é uma forma de crescer e evoluir pra ela; porém, isso não nos importa, e continuamos a considerando, como o próprio nome pejorativamente diz, uma praga. Não estou dizendo que devemos viver felizes com a praga, aprendermos a amá-la e conviver com ela. Mas pare e pense que o ser humano destrói o planeta todo pela sua ganância e para preencher necessidades de sobrevivência que, na maioria das vezes, não são reais, mas são criadas pela própria "inteligência" (entre aspas porque a uso como um termo relativo) humana, a qual dizemos responsável por nossa racionalidade que nos torna superior, mas que na verdade nos adequa ao termo "praga" que criamos justamente pra algo que, quando atinge nosso raciocínio, é rapidamente relacionada ao termo "extermínio".
Pra irmos por parte, se uma praga é algo passivo de extermínio e os animais os quais podemos exterminar (no caso do rapaz no blog, ele se referia à capivara) não são considerados pragas no nosso entender, por não prejudicarem algo que nos afete diretamente (apesar de talvez serem considerados pragas por outras espécies), logo, nada mais justo que a lei dê preferência a uma capivara do que a nós próprios, que somos muito mais destrutivos e perigosos do que ela. Mas claro que vale lembrar que tudo isso não foi criado com essa intenção, mas que nossa falsa racionalidade acabou sendo, acidentalmente, justa.

-------------------------------------------------

Eu poderia ter parado por ali e deixado você simplesmente refletir sobre o quão idiota o rapaz é ou eu sou; como disse, a ótica pode ser algo muito engraçado. Mas é legal também pensar na nossa própria visão sobre outras espécies.
Quando a gente pisa em uma formiga por simples diversão ou vê um ser matar o outro da mesma espécie como algo pateticamente comum nas aulas de biologia, isso torna totalmente justificável matar, torturar, roubar, principalmente ao lembrar da constatação que na própria espécie há competição, o que torna cada um como que quase uma espécie individual; te permite enxergar que estamos realmente sozinhos e que é melhor começarmos a matar, roubar, engolir ou pisar nos outros pra sobrevivermos, porque a era de competição já começou.

-------------------------------------------------

Queria deixar bem claro que tudo que escrevo aqui é simplesmente reflexão, não significa que eu concorde com tudo isso que escrevi e essa justificativa está longe de ser um esclarecimento de que eu discordo, o interessante é simplesmente pensar sobre todos os lados e talvez, algum dia, chegar a uma conclusão.