quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sufismo psicológico e social

Prisão
É onde vivemos, apesar de você dizer que
Não
Pode pensar que sabe o que sinto, mas não pense que peço
Perdão
Descrever sentimentos e tentar entendê-los com
Razão
Esconder o lixo, expor o luxo e chamar isto de
Civilização

Perdão, não, você tem razão
A civilização é uma prisão

Perdão, civilização, você tem razão
Mas não vou viver nesta prisão

Ração
Branquear os dentes, remover as cáries, esconder a
Podridão
Forçar o riso, esboçar o siso e perder de vez a
Noção
Levantar da cova e trazer as novas a esse inferno
Pagão
Erguer o muro, lavar a alma e celebrar, em festa, a
Nação

Eu sei, nação, perdi a noção
Mas não vou mais comer sua ração

Me chame pagão, me crucifique com noção
Mas não vou mais cheirar sua podridão

O Bom-senso é censura
O Bom-senso é censura
O Bom-senso é censura
O Bom-senso é censura

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

This is the end, my only friend

Merda, cara, mas que merda. Vontade de encher um papel de xingamentos e porra alguma. Vendi, há muito tempo, minha felicidade ao demônio por um preço que nunca vou receber. Sonho com este erro todos os dias e, ao acordar, não ganho nem sequer o privilégio de me arrepender. Vida injusta filha de uma puta.
Nunca fiz questão de ser feliz e ainda não faço. A peça acabou, sem platéia alguma, e algum filho da puta esqueceu de abaixar as cortinas, me deixando aqui: nu, exposto, sozinho.
Uma doença só mata se você a descobrir em você. Nunca faça exames preventivos, corram da porra do exame de próstata. Escrevi um livro de poemas julgando ser um "Sentimento do Mundo", mas agora vejo que nunca será publicado, nunca será lido. É um livro sobre um câncer que as pessoas não sabem ou não querem saber que possuem. Eu sou a única pessoa nesta porra achatada onde dizem haver vida? É só uma porra, um esboço, um rascunho, de vida.
Obrigado a minha educação por me mostrar que vivemos sem poder fazer escolhas - seguimos uma estrada sem bifurcações, onde os fracos morrem no caminho e os fortes tomam champanhe na virada dos anos e, no fim, escrevem livros desinteressantes sobre suas existências; acordamos todos os dias e, depois de milhares de anos de racionalidade, concordamos com o instinto humano mais primitivo. Obrigado a meus amigos por serem complacentes com isso e devorarem tudo o que há de especial em mim e depois me abandonarem exposto (não preciso mais dessas merdas, fiquem com tudo isso pra vocês, não vale nada). Obrigado a meu pai por toda sua preocupação mesquinha e por se esquecer de olhar para minhas vontades (apesar de tudo, o amo, por saber que se parece comigo e que é uma pessoa totalmente diferente do que demonstra ser).
Agora quero que todos vão tomar em seus cus com a mesma certeza de que precisam ser sábios, passar no vestibular, fazer faculdade, trabalhar e ser bem-sucedidos. Vão se foder como se essa fosse uma verdade dogmática, como todas as outras verdades de suas cabecinhas burras e idéias medíocres.
Por fim, um agradecimento sincero à sociedade - e toda sua concepção moral - por comer todos meus sonhos; hoje os vejo pueris e percebo que de nada valeria realizá-los.
Vão todos tomar no cu, não faço parte de toda esta merda. Hoje tomei uma decisão e preciso estudar coisas às quais perdi todo o interesse à medida que perdi a esperança, mas só por mais dois anos e então desaparecerei.
Não me façam perguntas, não façam perguntas a ninguém, apenas vão tomar no cu.

"Pra que(m) serve seu conhecimento?"

domingo, 18 de outubro de 2009

Parede de fotografias

As paredes de meu quarto já não refletem mais
Tudo o que passou
Meu reflexo no espelho já não mostra mais
Tudo o que eu sou
(E o que será que eu sou?)

Na manhã, pela janela, o sol não ilumina mais
O que sobrou
Há um mar de escolhas e meu corpo não emerge mais
Fico com o que restou
(E o que será que me restou?)

Cartas que já não interessam
Versos no canto do caderno
Lembranças do que um dia foi sincero

O rosto no espelho do baneiro
Os olhos carregando o passado
Todo o fardo sendo abandonado

Os meus livros na estante já não refletem mais
O que aprendi
Os CD's e o walkman já não mostram mais
Tudo o que eu vi
(O que eu vi, eu aprendi)

A promessa da menina já não reflete mais
O que virá
E soprando na esquina, o destino, o acaso traz
O que será
(O que será que me virá?)

A cabeça deitada no travesseiro
No caderno, as idéias novas
A bondade que o mundo, lá fora, reprova

O espaço vazio na parede
Os retratos que ainda estão por vir
Retratos que um dia também vão partir

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Papel sujo de letras

Este é um papel imundo;
Imundo de letras,
Imundo de pessoas,
Imundo de mundo.

Vinte e sete homens arrogantes aqui cuspiram.
Seqüestraram lápis suicidas
E o encheram de besteiras;
Alguns até as acharam inteligentes.

Aqui, uma prostituta se deitou,
Abriu suas pernas,
Mostrou o medo e a vontade de ser feliz;
Alguns sentiram nojo; outros, se excitaram.

Os vinte e sete homens que se excitaram
Gozaram neste papel
E nele brotou vida;
Suja e desperdiçada.

Os vinte e sete homens que sentiram nojo
Vomitaram aqui o muito do que haviam se fartado
E tudo se tornou comida;
Comida do descaso.

Hoje não sei se as letras devoram o papel
Ou o papel devora as letras.
Não sei qual é a esperança e qual a morte.
Desconheço, como minha sorte e a mim mesmo.
Reconheço que, como tudo que no mundo é imundo,
(imundo como ele próprio)
Meus sentimentos passeiam por meu interior
E a tudo tornam sujo.

Carrego comigo uma certeza:
Este papel foi escrito por lágrimas;
As mais sujas e sinceras lágrimas.

Tudo o que vejo são lágrimas imundas dos olhos castanhos de Lisa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Palavra

Antigamente, a palavra era feliz
Enchia de amores quem a observava
Suas aventuras eram vitoriosas
Seus riscos, psicológicos

Depois, a palavra ficou suspeita
Se difundiu
Era lágrima, esperança
Era coragem, mudança

Hoje, a palavra é muda

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Carne morta

Carne morta rasteja ao outro lado da porta;
Brinca, festeja, sorri
Mas está morta;
Morta como o que sente a natureza aos homens,
Morta como o que sente os homens a sua própria natureza,
Morta como a certeza da morte,
Morta.

Minha mão se move a cada cicatriz sua.
Minha mão se move a cada uma de suas deformidades.
O medo da eterna existência desta porta
Confronta-se com o medo do grotesco
Em uma batalha de surrealidade bêbada.

Até que um dos lados silenciou:
A noite se tornou dia;
A felicidade, inconstante como deveria ser.

Eu era um bêbado;
Não mais ignorante,
Não mais só,
Apenas um bêbado

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Bad Memories

Leave this place inside of me
I'll leave this brain inside my head
I'll leave you laid on this bed right now

I've got bad memories in my head
I've got bad memories in my head
I feel my mind spinning all around

Take my hand
I'll show you that I'm about to fall

I've got bad memories in my head
I've got bad memories in my head
I'm stuck inside this dream and I can't go out

I've got bad memories in my head
I've got bad memories in my head
And I can't throw this knife from the inside out

Take my hand
I'll show you that I'm about to fall

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Sample:
http://rapidshare.com/files/290816949/Bad_Memories_Sample1.wav.html

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Nostalgia - Volume dois

Resgatando momentos históricos.
Éramos heróis e ninguém sabia disso, nem nós mesmos..
Mas éramos, e ponto final.

Neste vídeo, estamos comemorando meu aniversário de dezessete anos. Acabou se tornando o vídeo de apresentação da Legendarius (a segunda banda da qual participei em Varginha e, obviamente, a preferida).
http://www.youtube.com/watch?v=cK332sM3XUY

Neste, estamos cantando "Cogumelos Azuis", Ventania, na praça central da cidade de Varginha (onde nasci), em horário extremamente movimentado.
http://www.youtube.com/watch?v=xo7YgMWQZJ0&NR=1

São momentos que provavelmente nunca se repetirão.
Sentimentos grandes passam despercebidos no momento em que se mostram presentes, mas se tornam notáveis e nostálgicos quando passam a fazer parte do passado.

sábado, 3 de outubro de 2009

Harrowdown Hill

http://www.youtube.com/watch?v=lrXtb1QK9hQ

Thom Yorke (Radiohead) no vocal, Flea (Red Hot Chili Peppers) no baixo;
Incrível.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O advogado do Diabo

Algumas coisas me dão vontade de vomitar;
Outras, de dormir.
Há ainda as que me são indiferentes.

Havia o que me fazia amar,
Mas extinguiu-se com minha infância.
O que me fazia chorar
Foi extinto com a vontade de amar.

O segredo?
Este é o mundo do orgasmo,
Fique imundo e aprenda a dançar.