sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Good old times....


Green Day - Reject
Who the hell are you to tell me,
What I am and what's my master plan?
What makes you think that it includes you?
Self-righteous wealth?
Stop flattering yourself.
So when the smoke clears here I am,
Your reject all-American,
Sucking up to your social sect,
Making you a nervous wreck,
To hell and back and hell again I've gone,
You're not my type.
Not my type.
What's the difference between you and me?
I do what I want, and you do what you're told,
So listen up shut the hell up.
It's no big deal.
And I'll see you in hell.
So when the smoke clears here I am,
Your reject all-American,
Sucking up to your social sect,
Making you a nervous wreck,
To hell and back and hell again I've gone,
You're not my type,
Not my type,
Not my type,
Your not my type.
So when the smoke clears here I am,
Your reject all-American.
Falling from grace, right on my face,
To hell and back and hell again I've gone.
Pois é, bons tempos, o que não me deixa cair na nostalgia é que muito do que foi ainda é, coisas que entram e alteram tudo, coisas que passaram a ser verdades, foram adicionadas à nossa personalidade, e provavelmente nunca deixarão de fazer parte de nós.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

(...)

"Every little creature in this world dies alone"

sábado, 8 de dezembro de 2007

"Singularidades de uma rapariga" - (Eça de Queirós)

"(...) Vinha de atravessar a serra e os seus aspectos pardos e desertos. Eram oito horas da noite. Os céus estavam pesados e sujos. E, ou fosse um certo adormecimento cerebral produzido pelo rolar monótono da diligência, ou fosse a debilidade nervosa da fadiga, ou a influência da paisagem escarpada e chata, sobre o côncavo silêncio noturno, ou a opressão da eletricidade que enchia as alturas, o fato é que eu - que sou naturalmente positivo e realista - tinha vindo tiranizado pela imaginação e pelas quimeras. Existe no fundo de cada um de nós, é certo - tão friamente educados que sejamos -, um resto de misticismo; e basta às vezes uma paisagem soturna, o velho muro de um cemitério, um ermo ascético, as emolientes brancuras de um luar - para que esse fundo místico suba, siga como um nevoeiro, encha a alma, a sensação e a idéia, e fique assim o mais matemático, ou o mais crítico, tão triste, tão visionário, tão idealista - como um velho monge poeta. (...)"

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Amor..

(...)
Um dia super..
Uma noite super..
Uma vida superficial...
(...)

domingo, 28 de outubro de 2007

Fartura..

Estou farto das pessoas ao meu redor..
Farto da comida de todos os dias..
Farto dos mesmo acordes em todas as músicas..
Farto dos bêbados ao meu redor..
Farto de todos os lúcidos do mundo..
Farto de andar em circulos, sabendo que não há outra maneira de se andar nesse mundo..
Farto do temporário..
Farto do irreal que bate à sua porta dizendo ser real..
Farto do imaginário..
Farto de acordar cedo todos os dias..
Farto de acordar tarde nos fins de semana..
Farto de livros..
Farto de sorrir..
Farto de chorar..
Farto da falsidade impregnada em cada pequeno centímetro das pessoas..
Farto das mesmas ruas todos os dias..
Farto de todas as ruas pelas quais já passei..
Farto das minhas roupas..
Farto do meu quarto, da minha casa..
Farto de olhares, conversas..
Farto da impessoalidade..
Farto da ciência, do excesso literal..
Farto do óbvio..
Farto do ceticismo..
Farto da religião..
Farto de fotos, de pinturas, gráficos..
Farto de envelhecer..
Farto da juventude..
Farto de minha velha palheta, do meu velho all star..
Farto de relembrar o passado..
Farto de tentar entender o que não tem explicação..
Farto de querer mudar o que é imutável..
Farto da responsabilidade..
Farto da ética, e da ausência da mesma..
Farto da ignorância, estupidez..
Farto da pseudo-intelectualidade..
Farto da arrogância intelectual..
Farto de distorções..
Farto da insônia e ao que ela pode levar um ser humano a pensar..
Farto do arquétipo de beleza..
Farto da feiúra..
Farto da futilidade..
Farto da vida..
Farto do medo irracional da morte..
Farto das contradições, principalmente as minhas..
Farto de ter de continuar caminhando sem ao menos saber quem realmente eu sou..

domingo, 7 de outubro de 2007

I Won't be around















.


Good Riddance - Shame
Good Riddance

Minutes, running down the drain
This is where our lives go
This is where we stay
In a job that really pays
So much like the first step
Maybe just a misstep
Maybe just a phase, just a phase

What am I supposed to do?

Take a Dramamine for nausea
Another pill for the broken bones
And the ringing in my head now
Sounds just like the telephone
So it's over-complicated
A shame so shoved aside
Like the broken years I've waited
And the emptiness inside

What am I supposed to do?

Take one more on the chin
Grow a somewhat thicker skin
Let the scars all fade away
Like the promise of today
And when the sky falls down
I hope you're still around

And everything keeps changing, but I won't be around!

sábado, 29 de setembro de 2007

"Gastei uma hora pensando um verso
Que a pena não quer escrever.
No entanto, ele está cá dentro
Inquieto e vivo."
Carlos Drummond de Andrade.


É impressionante a capacidade de Carlos Drummond de me traduzir, percebo isso a cada simples poema que leio, nesse ele inclusive traduz um sentimento perturbador e frustrante que eu tenho, quando às vezes quero escrever, sei o que quero escrever, como se algo estivesse preso em minha garganta, mas simplesmente não sei como passar o que sinto para o papel.
Às vezes me pergunto se sou apenas um sentimental sem talentos poéticos, ou se sou um poeta sem sentimentos.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Engenheiros do Hawaii

























Engenheiros do Hawaii - Crônica
Já não passa nenhum carro por aqui
Jã não passa nenhum filme na TV
Você que enrola outro cigarro por aí
E não dá bola pro que vai acontecer

Mais um pouco mais um século termina
Mais um louco pede troco na esquina
Tudo isso já faz parte da rotina
E a rotina já faz parte de você

Que tem idéias tao modernas
É o mesmo homem que vivia nas cavernas
Você que tem idéias tao modernas
É o mesmo homem que vivia nas cavernas

Todo mundo já tomou a coca-cola
E a coca-cola já tomou conta da China
Todo cara luta por uma menina
E a Palestina luta pra sobreviver
E a cidade cada vez mais violenta
Tipo Chicago nos anos 40
E voce cada vez mais violento
No seu apartamento ninguém fala com você

Que tem idéias tao modernas
É o mesmo homem que vivia nas cavernas
Você que tem idéias tao modernas...


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Sei que estou há muito tempo sem postar no blog, nem digo que voltarei a postar com freqüência agora, só sinto que estou aos poucos voltando à vida e sinto que em breve estarei pronto pra escrever sobre assunstos adeqüados ao blog.

Abraços, Marceleza

domingo, 19 de agosto de 2007


"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o 'pra sempre' sempre acaba".



terça-feira, 14 de agosto de 2007

Eternamente só

E só novamente eu estou,
Como em um barco em pleno oceano;
Um oceano de pessoas, um oceano de vazio,
Um vazio repleto da ausência da esperança.

E só novamente eu estou,
Em um livro sem final, um livro sem palavras;
Páginas em branco de uma vida sem vivência,
Páginas ilustrando a ausência de um sentido.

E só novamente eu estou,
Tentando descrever em poucas palavras
a simples imensidão do nada, que forma
uma corrente e mastiga todos os meus sentimentos.

E só novamente eu estou,
E só eternamente eu estarei.

domingo, 12 de agosto de 2007

A Vela

A Vela

E aqui estou eu, em um pequeno quarto a observar esta vela, a única luz que posso enxergar no momento. Num momento de tamanha reflexão como esse, consigo enxergar nessa vela as raízes dos problemas da humanidade.

Olhando para essa simples chama que solta ardentemente dessa vela, poderia muito bem descrever tudo o que a compõe, mas estaria estragando sua beleza. As pessoas passam a estudar e olhar as coisas de um ângulo tão besta que tornam a vida uma coisa feia e desleal, que é o que vemos hoje.

Essa pequena chama demonstra para mim nesse momento uma beleza única e uniforme, que joga em minha cara minha ignorância de nunca tê-la percebido e admirado.

Como o mundo pode chegar ao ponto de uma pessoa colocar os estudos e futuramente o dinheiro acima do amor e de qualquer outra coisa? Com dinheiro posso comprar bilhões de velas como essa, mas sem o amor nunca a admiraria de tal forma.

O tempo passa e a vela começa a diminuir e sua chama a enfraquecer, como o próprio ser humano; e o que fez de marcante essa vela? Com uma reflexão tão grande como essa, esta vela teve utilidade bem maior do que o comum e, quando ela esgotar, com certeza ninguém, inclusive você, lembrará dela, ou a esquecerão com o tempo, mas eu não.

Você poderá ser um grande advogado, ganhar um absurdo por mês e então, depois de morrer, seus filhos, netos e talvez até bisnetos se lembrarão de você; e você se contenta com tão pouco? Em ser praticamente igual a esta pequena chama? Viver muito bem e morrer, deixando a humanidade exatamente como quando você veio ao mundo: injusta, burra e sem coração?

Ame, observe, analise os detalhes a sua volta, não tenha medo de ser feliz, não deixe que seus pais programem a sua vida e corra atrás de seus sonhos com coragem, pois qualquer coisa é possível, difícil é ter coragem o suficiente para correr atrás e consegui-la. Não tenha vergonha de dizer o que pensa, nem medo, só lembre-se sempre de usar o que ouviu para seu bem. Seja sempre você mesmo e, não importa o que for, valorize-se; afinal, essa vela pela manhã seria inútil, mas à noite, na falta de alternativas, mostrou que até ela é importante e, se até uma vela tem sua importância, então sem dúvidas você também tem a sua.


30/10/2005




(Como vocês devem ter notado, escrevi esse texto em 2005 e achei-o no computador agora e resolvi postá-lo. Escrevi na época porque passava por uma fase muito difícil da minha vida e depois passei a acreditar que fases como aquela nunca voltariam. Hoje em dia passo por uma que posso dizer sem dúvidas ser muito pior, então esse texto significa muito para mim hoje em dia).

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Bakhunin estava certo

Bakhunin estava certo




É engraçado como essa vida funciona.. Estou escrevendo hoje, no dia do meu aniversário, às 3:30 da manhã, e posso afirmar com toda certeza do mundo que hoje é o dia mais feliz e mais triste de toda minha vida, ao mesmo tempo.
Sabe, eu nunca fui um cara de ir em igrejas todo fim de semana, mas nunca considerei ninguém nesse mundo mais religioso do que eu, sempre estive conversando com Deus, sempre estive procurando fazer o que fosse o melhor para mim e para os outros, pensando no bem das pessoas, mas chega uma hora que uma pergunta é inevitável: se nem mesmo Deus é justo, por que logo eu tenho de ser?! É óbvio, se o mundo é tão injusto, se a cada dia que passa você nota que Deus é capaz de te jogar ao céu e de repente te mandar para o inferno, por que nós temos de ser justos? Por que temos de fazer uma coisa que nem Deus, supondo que ele exista, é capaz de fazer?!
Por muito tempo eu me enganei, eu sempre sonhei, e ainda sonho em ser um revolucionário, mudar o mundo, não é o que todos querem? Chegar até o topo do mundo, pregar uma bandeira, e virá-lo do avesso, colocá-lo de cabeça pra baixo. Nunca vou deixar esse sonho de lado, mas se faço isso agora, não é por Deus, é por mim, é porque quero me sentir bem, quero saber que se eu mudei, se eu fiz uma pessoa que sofria sequer deixar de sofrer, é porque eu atualmente posso dizer que sei o que é sofrimento e sei o que é felicidade e sei a mudança que fiz pra essa pessoa, sei que fiz o que Deus não foi capaz de fazer.
Nesse tempo todo, cheguei à conclusão que é muito fácil as pessoas ficarem falando que Deus faz coisas que no momento nos parecem ruins, mas que depois vão ser boas pra nossa vida, concordo, faz mesmo, mas Deus conhece muito bem a teoria, nunca sequer foi capaz de pensar em como seria a prática e isso o torna um ser tão imperfeito quanto qualquer um de nós, muito mais imperfeito do que nós, que enquanto deixamos um número limitado de pessoas infelizes e felizes ao nosso redor, Deus dá às pessoas felicidade e depois tira-a como se tudo não passasse de uma brincadeira, de um jogo educativo.

Acontece que na minha vida inteira eu nunca me senti sozinho, nem sequer por um momento, mesmo quando eu estava trancado no meu quarto, eu sentia como se algo sobrenatural estivesse ali sussurrando nos meus ouvidos, me observando, seguindo cada passo meu, e eu sempre me questionei o porquê disso.
Quando eu menos esperava, atravessando a rua agora, de madrugada, no meu aniversário, eu simplesmente parei, no meio da rua, como se algo me mandasse parar, e me senti pela primeira vez completamente sozinho no mundo, de repente uma avenida que eu atravesso todos os dias me pareceu algo completamente diferente do que eu estou acostumado a ver, simplesmente fiquei parado no meio de uma faixa de trânsito, não ligando que talvez pudesse aparecer um ônibus e me atropelar, porque eu era dono de mim mesmo agora, não precisava de me preocupar com ninguém, só tinha de ficar ali parado observando o mundo de uma forma que eu nunca imaginei que veria na minha vida, completamente sozinho.

Não se pode deixar abalar pelas injustiças que acontecem em sua vida, se Deus não é justo, que ele guarde as suas imperfeições para ele, eu sempre serei e, pode parecer besteira, mas um dia eu realmente vou chegar no topo desse mundo, pregar minha bandeira e virá-lo do avesso, com acompanhamento ou sem acompanhamento.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

As Caridades odiosas

As caridades odiosas

(...)
Foi em uma tarde de sensibilidade ou de suscetibilidade? Eu passava pela rua depressa, emaranhada nos meus pensamentos, como às vezes acontece. Foi quando meu vestido me reteve: alguma coisa se encanchara na minha saia. Voltei-me e vi que se tratava de uma mão pequena e escura. Pertencia a um menino a que a sujeira e o sangue interno davam um tom quente de pele. O menino estava de pé no degrau da grande confeitaria. Seus olhos, mais do que suas palavras meio engolidas, informavam-me de sua paciente aflição. Paciente demais. Percebi vagamente um pedido, antes de compreender o seu sentido concreto. Um pouco aturdida eu o olhava, ainda em dúvida se fora a mão da criança o que me ceifara os pensamentos.
-Um doce, moça, compre um doce pra mim.
Acordei finalmente. O que estivera pensando antes de encontrar o menino? O fato é que o pedido deste pareceu cumular uma lacuna, dar uma resposta que podia servir para qualquer pergunta, assim como uma grande chuva pode matar a sede de quem queria uns goles de água.
Sem olhar para os lados, por pudor talvez, sem querer espiar as mesas da confeitaria onde possivelmente algum conhecido tomava sorvete, entrei, fui ao balcão e disse com uma dureza que só Deus sabe explicar: um doce para o menino.
De que tinha eu medo? Eu não olhava a criança, queria que a cena, humilhante para mim, terminasse logo. Perguntei-lhe: que doce você...
Antes de terminar, o menino disse apontando depressa com o dedo: aquelezinho ali, com chocolate por cima. Por um instante perplexa, eu me recompus logo e ordenei, com aspereza, à caixeira que o servisse.
-Que outro doce você quer? Perguntei ao menino escuro.
Este, que mexendo as mãos e a boca ainda esperava com ansiedade pelo primeiro, interrompeu-se, olhou-me um instante e disse com delicadeza insuportável, mostrando os dentes: não precisa de outro não. Ele poupava a minha bondade.
-Precisa sim, cortei eu ofegante, empurrando-o para a frente. O menino hesitou e disse: aquele amarelo de ovo. Recebeu um doce em cada mão, levantando as duas acima da cabeça, com medo talvez de apertá-los. Mesmo os doces estavam tão acima do menino escuro. E foi sem olhar para mim que ele, mais do que foi embora, fugiu. A caixeirinha olhava tudo:
-Afinal, uma alma caridosa apareceu. Esse menino estava nesta porta há mais de uma hora, puxando todas as pessoas que passavam, mas ninguém quis dar.
Fui embora, com o rosto corado de vergonha. De vergonha mesmo? Era inútil querer voltar aos pensamentos anteriores. Eu estava cheia de um sentimento de amor, gratidão, revolta e vergonha. Mas, como se costuma dizer, o sol parecia brilhar com mais força. Eu tivera a oportunidade de... E para isso fora necessário um menino magro e escuro... E para isso fora necessário que outros não lhe tivessem dado um doce.
E as pessoas que tomavam sorvete? Agora, o que eu queria saber com autocrueldade era o seguinte: temera que os outros me vissem ou que os outros não me vissem? O fato é que, quando atravessei a rua, o que teria sido piedade já se estrangulara sob outros sentimentos. E, agora sozinha, meus pensamentos voltaram lentamente a ser os anteriores, só que inúteis.



Clarice Lispector (A descoberta do mundo)

segunda-feira, 14 de maio de 2007


Minha terra tinha palmeiras,
onde cantava o sabiá...

domingo, 13 de maio de 2007

Muitas palavras, pouco sentido...

Não direi que não morri, nem que ressuscitei, simplesmente voltei depois de meses sem postar, peço desculpas por não ter tempo pra postar, e às vezes fico pensando, graças à minha insônia, em várias coisas que queria vir aqui e postar, e infelizmente nunca venho, várias coisas ficam acumuladas na minha cabeça, e eu chego aqui agora, não sabendo o que postar, e resolvo que não vou falar sobre nenhuma delas especificamente. Prometo que vou melhorar com a frequência por aqui, apesar de sempre desistir desse tipo de blog, este vai durar pra sempre!
Bom, como eu havia dito, tive vários dias de inspiração à flor da pele para vir aqui e postar, mas o meu cansaço me impediu, e escolhi justo esse dia, em que não estou com inspiração nenhuma, nem sei sobre o que postar, apenas uma vontade muito grande de escrever me bateu, como uma espécie de alívio, não sei como vou demonstrá-la por aqui, nem sei como começar, mas só me resta tentar.
Algo incrível na vida, é como as coisas passam rápido, hoje uma grande saudade me bateu, daquelas que você sente quando está olhando fotos do seu passado, e se sente como se estivesse lá, andando, agindo como agiu, sentindo, acho que vocês sabem como é. Estou acostumado com meus amigos, sempre próximos de mim, e este ano, mesmo estando um pouco distantes, ainda estamos próximos, eu sei que se quiser, posso levantar, andar uns 100 metros e chegar até eles, mas quando eu penso que ano que vem vou passar por uma mudança tão grande na minha vida, que talvez fique anos sem ver pessoas que sempre admirei e gostei de ter por perto, que talvez nunca mais veja algumas, é uma transição difícil da vida, que traz coisas boas, e traz coisas ruins, e que não temos outra escolha, se não atravessá-la.
Me peguei hoje escutando Raulzito depois de muito tempo, e "redescobri" porque o admiro tanto, ele simplesmente me leva em uma transição por toda minha vida, ele me leva a pensar sobre tudo que passei, sobre como minha vida é rica em fatos, apesar de às vezes não parecer, me leva a refletir sobre tudo o que vem, tudo o que passou, e é por isso que eu estou aqui, nesta "depressão momentânea", estive pensando também em minha ex-banda, como ela significou pra mim, como eu preciso de uma banda, e ela simplesmente está terminada, quando tudo estava se acertando novamente, típica sensação de "cair do céu para o inferno", todos conhecem essa sensação, e como o simples fato de eu não ter uma banda, uma forma de desabafo, de alívio, pode me levar à loucura.
O problema é que minha vida esse ano anda se resumindo em estudos, para uma coisa que nem é certa, e às vezes, percebo que nem me é útil, não digo que completamente, até considero a maior parte das coisas úteis, mas o problema não está no que estudo, e sim como isso será cobrado - já que o método de "peneiramento" das faculdades é simplesmente ridículo, mas não vou entrar em detalhes agora - por isso percebo como estou perdendo tempo na vida, não estou praticando música, não tenho inspiração pra compor algo, porque simplesmente nada acontece, tudo o que faço é estudar. Neste ano, além de ser um ano de despedidas e perdas, não adiciono nada à minha vivência, é praticamente um ano que não existiu, que eu não vivi, e esta perda de tempo é algo insuportável, algo que martela na minha cabeça o tempo todo, o tempo todo pensando como o tempo passa, meu sonho se distancia de mim, e eu vou adquirindo tendência a levar uma simples vida normal, é incrível como você vai envelhecendo, não que eu esteja já velho, mas já tenho idade o suficiente pra perceber o porquê de os adultos julgarem os sonhos coisas tão fúteis, quando você vai chegando em uma certa transição de fases, vai percebendo que a sociedade já te encaminhou para algum lugar, e que não importa o que você queira, já não vai dar mais tempo de consegui-lo, não estava destinado para você, e de repente você leva um "baque", e percebe que seu tempo está contadíssimo, e que você provavelmente vai se transformar em um velho qualquer que inibe o sonho de seu filho por raiva de não ter conseguido realizar o seu próprio, e isso é tudo o que não quero para mim.
Estive conversando com um amigo esses dias, e ele me disse que a vida é triste, e que quem não percebe isso é ridículo, concordo com ele em partes, chegamos a concordar inclusive, que ela não é completamente triste, mas 95% dela é; você vive vários anos pra ter alguns momentos de felicidade, e mesmo assim, eles acontecem com quem não tem consciência o suficiente pra pensar no mundo como um todo, é um egoísmo que não considero ruim, nesse caso, um pensar em si nos momentos de alegria, apenas para que possa aproveitar um pouco, não é um pecado, mas onde quero chegar, é que nesses momentos, quando você está triste, e nem sabe direito o porquê, você percebe que isso é uma verdade clara, a vida realmente é muito triste; agora você pensa: "Mas esse cara tem tudo, comida, tem o violãozinho dele ali, estuda, o que ele tá reclamando?", mas perceba que estou falando da vida como um todo, não da minha vida, mas a vida de todos, passamos a vida cercados de seres humanos ridículos, todos, sem exceções, gananciosos, egoístas, instintivos, maldosos, e ainda por cima temos a coragem de nos achar os melhores seres do planeta, nesses momentos de reflexão, percebemos que nossa raça é simplesmente o maior lixo da terra, nós somos nosso inferno particular, compomos o melhor time de idiotas já visto, é simplesmente ridículo como nos julgamos inteligentes, racionais, bons, quando mesmo que tomemos boas atitudes, estejamos sempre com pensamentos ruins na cabeça, o tempo todo, o dia inteiro, todos os dias, toda nossa vida.
É nessas horas lhe pergunto, apesar de algumas pessoas rirem:

"Por que você está usando essa estúpida fantasia humana?"





Bom, talvez as coisas não tenham ficado muito conexas, o que acho bem provável, mas foi um desabafo, na verdade, e quando se desabafa, as coisas nem sempre saem com sentido, espero que tenha conseguido ao menos passar um pouco do que estou sentindo.
Pretendo em outros posts falar sobre, primeiramente, um filme chamado "Donnie Darko" - de onde extraí a frase acima - apesar de provavelmente demorar um pouco para ter tempo pra fazer este post, já que ele vai exigir um maior pensar, uma melhor elaboração e mais uma série de pesquisas. Pretendo também escrever um pouco sobre a nova Fase do Green Day, a antiga, a banda em geral, resumir o que penso sobre toda a tragetória, e falar sobre "O Iluminado", livro de Stephen King, fazendo uma comparação com o filme, já que ambos são magníficos.

Abraços

sábado, 31 de março de 2007

Pra começar..

Pois então, logo de início, uma pergunta: Existe coisa mais difícil do que começar algo?

Estou criando este blog simplesmente para exercitar a escrita, eu gosto muito de ler, e estive sempre procurando um lugar para escrever, e como eu odeio escrever a mão, resolvi criá-lo. Não o divulgarei, portanto se você está aqui, provavelmente achou ele sozinho e já fico muito feliz com isso. Bloqueei os comentários simplesmente porque não os quero em público, se você quer comentar você pode falar diretamente comigo.

Por ser primeiro post, eu deveria me apresentar, apesar de ser bastante idiota, porque para estar lendo, imagino que você já me conheça, mas não custa nada me apresentar, então aproveitarei o acompanhamento de "Ventura" do "Los Hermanos" para tentar fazê-lo por partes, passando brevemente por minhas fases desde pequeno até hoje, sem aprofundar muito porque aproveitarei as histórias engraçadas ou de qualquer outro tipo para escrever outras vezes.

Bom, inicialmente, meu nome é Marcelo Riceputi Alcantara (ou Alcântara, depois que eu escrevi errado na carteira de identidade não sei bem como me chamo mais), nasci no dia 23/07/1990, sou filho de Fernanda Riceputi e Fernando Antonio, tenho dois irmãos gêmeos (Ana Paula e Luiz Paulo).

Quando pequeno, sempre fui meio capeta, segundo minha família, mas inicialmente quem sofria era eu, já que meus dois irmãos adoravam judiar de mim um pouco, por isso acho que me tornei posteriormente o que eles chamam de capeta, uma espécie de vingança. A primeira palavra que aprendi a falar foi bem incomum, e na verdade, não sei se é realmente uma palavra, porque até hoje não sei o que significa, "Dega". Você deve estar pensando que se não é uma palavra, são só algumas sílabas juntas balbuciadas por um bebê idiota, por que consideraram isso minha primeira palavra, pois bem, explicarei, quando eu era pequeno, sempre gostei de ficar mexendo na vitrola do meu pai, e era uma paixão do meu pai, portanto, sempre que eu era encontrado mexendo, era rapidamente retirado, e com o tempo comecei a gritar sempre "dega" quando iam me retirar dela, então imaginaram que "dega" seria uma tentativa de dizer "deixa".
Já um pouco maior, desenvolvi uma paixão que considero genética: Futebol. Era um corinthiano (por incrível que pareça) roxo, e a coisa que mais gostava de fazer era jogar futebol, assim como meu pai quando era mais novo, que é uma lenda em sua cidade natal por isso. Eu já começava a desenvolver um gosto muito forte por música, mas algo bem diferente de hoje, na época, por influência também de meu pai, eu gostava muito de ouvir os sambas que ele costumava ouvir em viagens, apesar de nunca conseguir decorar as letras, e sempre passar alguma vergonha quando tentava cantá-las. Gostava muito também nessa época, como qualquer pessoa na minha idade, de "Mamonas Assassinas", isso é praticamente uma lei entre nós, todos ouvíamos "Mamonas" quando éramos mais novos.
Tempos depois, tive uma mudança assustadora na minha vida, e já muito novo, uma coisa sem explicação, meu gosto por futebol começou a desaparecer, eu virei palmeirense e não sei exatamente o porquê, talvez apenas para contrariar toda minha família, comecei a entrar na minha fase "Legião Urbana". Você talvez saiba o que é isso, aquele período entre mais ou menos 8 anos e 11 anos, que você fica encantado por "Legião Urbana", não que eu tenha parado de gostar, muito pelo contrário, ainda gosto muito, mas naquela fase, era praticamente a única coisa que eu ouvia, mas minha fase não foi até os 11 anos, eu gostava de "Legião Urbana" até os 11 anos e gosto até hoje, não me entenda mal, mas acontece que por influência de meu irmão comecei a gostar muito de "Guns n' Roses", e a partir daí, comecei a gostar de muitas outras coisas dentro do Rock já nessa época. Por influência de meu pai comecei também a gostar de "Creedence Clearwater Revival" e "Raul Seixas", e na quarta série (Sim, minhas referências não são pelos anos, e sim pelas séries, não entendo bem, mas adotei esse referencial já há tempo e não consigo pensar na minha vida por fases de outra forma sem ser assim), com essa paixão musical já começando a se aprofundar, entrei na aula de violão, e fiquei encantado. A partir daí, a música sempre esteve profundamente presente em minha vida, um amor que nunca terá volta, algo do qual eu nunca conseguirei me desligar.
Bom, aí entra uma grande transição na minha vida, porque a partir do momento que me liguei a música, eu mudei muito. Até aí, qualquer coisa era o suficiente para me deixar alegre, a partir daí, fiquei mais exigente em relação a tudo, me tornei muito mais sentimental, minha vida toda mudou.

Bom, passei a manhã escrevendo isso, e agora muito tempo depois, porque invadiram a sala e eu não consigo escrever com pessoas a minha volta, vou, primeiramente, trocar o CD, colocando o "10.001 Destinos" dos "Engenheiros do Hawaií"(o problema desse CD é começar com "A Montanha", não consigo gostar dessa música porque acho a letra muito pouco coesa) e em seguida vou continuar.

Quando eu cheguei na sexta série, essa mudança passou a ser notável, minha aparência inteira mudou, minha mentalidade mudou, o Rock n' Roll já se mostrava presente na minha vida, ganhei minha primeira guitarra, deixei meu cabelo comprido, e tudo o que eu pensava era música, saía muito também, nessa época, com pessoas com o mesmo interesse que eu. Minha família nunca havia imaginado que eu me tornaria o que era, e eu considero uma das melhores fases da minha vida, se não a melhor, e tenho certeza que todos que estavam juntos e dividiram essa fase também consideram, não vou ficar citando nomes porque vai ser algo muito maçante e é desnecessário.


Acontece que na sétima série, todo mundo se dividiu repentinamente e tudo se tornou muito confuso pra mim, comecei a ver que eu estava começando a ficar sozinho, e começou a ficar claro para mim que tudo que tem um início, por melhor que seja, acaba tendo um fim, não que eu acredite nisso atualmente, mas na época, isso ficou muito claro na minha cabeça. Mas não houve muito problema para mim em relação a amizade, porque logo na oitava série, fiz os amigos que são desde essa época até hoje os que mais posso contar, alguns deles já eram amigos meus desde pequeno, que são o "Marcus", que está ali em cima junto a mim na foto, e o "Vitor", mas junto a esses, conheci dois também que fizeram parte desse "grupo", que é o "Otávio" e o "Gustavo". E esses estão juntos comigo até hoje.

Nessa fase, também acabei ficando "viciado" em um jogo chamado "Age of Empires", e ele me pôs em contato com muitas pessoas mais velhas e sábias que eu, e eu digo com muita certeza que isso foi essencial para o que sou atualmente, aprendi muito nessa época, sobre várias coisas, não nos limitávamos ao jogo.

Nesta foto faltou o Vitor, mas foi com maior número dos citados que encontrei, tirada nessa época


Nessa época, eu já tinha um conhecimento que, modéstia à parte, poucas pessoas têm em relação a música, já havia conhecido bandas como "Pink Floyd", "Led Zeppelin", "Pearl Jam", "Beatles", e muitas outras, inclusive no campo nacional, quando eu havia passado por fases de vício em bandas como "Engenheiros do Hawaií", "Legião Urbana" (Como já foi citado), "Ira!" (Eu ficava simplesmente fascinado com o Edgar Scandurra na guitarra), dentre muitas outras bandas, meu conhecimento sobre música e meu gosto musical ficaram muito abrangente. Por incrível que pareça, minha paixão musical se concentrou, durante um ano aproximadamente, em uma banda chamada "Green Day". Por incrível que pareça, porque, apesar de gostar de bandas como "Ramones", "Green Day" é uma banda não muito parecida com meu gosto musical, e, na verdade, eu odeio uma grande porcentagem das bandas influenciadas pelo Green Day ou semelhantes a ela, mas o Green Day tem algo que nenhuma das outras tem, a simplicidade musical do Green Day é uma simplicidade que não deixa nada a faltar, não é como outras bandas que são simples, mas soam simples e deixam parecer que muitas coisas poderiam ser acrescentadas, as músicas do Green Day simplesmente não deixam a desejar, é uma simplicidade completa, e aquilo foi algo que me ensinou muito, porque pelos progressos que você faz na guitarra ou em qualquer instrumento musical, você começa a ser levado a procurar algo mais complexo e coisas simples começam a soar ruim para você, mas o Green Day me mostrou que não são apenas coisas complexas sonoramente que são boas, e que músicas simples podem dizer aquilo que músicas muito complexas não seriam capaz de dizer, logo o Green Day trouxe algo que também foi muito importante em meu aprendizado musical.

Já no primeiro ano, também tive uma grande transição em minha vida, e outra transição que não consigo explicar, pois se até essa época não conseguia ficar em casa, precisava estar sempre em contato com alguém, sempre na rua, sempre indo em alguma festa ou qualquer coisa do tipo, simplesmente de um dia para o outro passei a achar minha casa o melhor lugar do mundo, e passei a achar aquele momento em que se fica sozinho essencial, tão essencial que passou a ser uma das coisas que mais valorizo em minha vida, e isso acabou conflitando com muitos amigos, porque essa mudança radical passou a incomodar as pessoas que estavam acostumado comigo sempre saindo e as acompanhando, sempre animado a fazer algo, e isso é um dos maiores problemas que tenho atualmente, porque eu não gostar de sair ou qualquer coisa do tipo não significa que eu esteja desvalorizando ou faltando com atenção as pessoas, muito pelo contrário, eu gosto de estar em contato com as pessoas as quais já possuo contato, só não gosto muito de estar em contato com pessoas novas, salvando raras exceções, então poderia dizer, resumindo, que a palavra para o que me transformei é "Anti-Social".

Mas nessa época, graças ao Green Day, eu conheci uma pessoa chamada "Yara", e dentre várias outras pessoas que conheci através dessa banda e que foram e são muito importantes para mim, ela sem dúvidas é a mais, pois namoro com ela há, nesse momento, um ano e dois meses, e com ela, meu conceito de "tudo que tem um início, por melhor que seja, tem um fim" caiu, e eu vi que há coisas que não terão fim, e o amor que tenho por ela é uma delas.
















Nesse tempo, algo de muito importante para o meu aprendizado, em relação a música, também aconteceu, que foi minha primeira banda. De nome "Fenris", ela era composta pelo grande "Mateusera", guitarrista e vocalista, "André" como baixista, "Mauricio" como baterista, e eu também como guitarrista e vocalista, dividindo. Já nessa época também, minha primeira apresentação, tocando realmente o que gosto de ouvir, com uma banda, algo de iniciativa nossa, algo que com certeza me marcou bastante, e entrar em uma banda foi importante pois você nunca aprenderá bem algo se não tiver experiência, se não colocá-la em prática, se souber só teoricamente, e por isso você precisa ter uma banda, pôr em pratica o que você aprendeu todo esse tempo e ver se realmente serviu de algo, e, ao meu ver, serviu, e não há lugar que eu me sinta melhor do que estando em cima de um palco. Mas, apesar de não ser tudo, algumas coisas boas realmente chegam ao seu fim, e, além de o Mateus ter ido embora para fazer vestibular por um tempo, o André começou a se distanciar muito, e a Fenris acabou chegando ao fim, mas não fiquei sem banda por isso, porque fizemos uma junção de duas bandas, a "Legendarius" e a "Fenris", os componentes da Legendarius já eram amigos meus nessa época, e o Mateus e o Mauricio também participavam dessa banda, então não foi difícil me adaptar, e assim, essa banda ficou composta pelo "Daniel", "Mauricio", "Renato" e eu. Graças a Deus, não por muito tempo, pois o Mateusera resolveu voltar para Varginha depois de um tempo, e voltou também para essa junção, que permaneceu, e assim está até hoje, o que não sabemos ainda é qual será o nome da banda, mas temos tempo para decidi-lo.








Hoje passo por uma fase realmente de transição, um ano de estudo, pois quero ir fazer faculdade em Florianópolis (UFSC), para Direito, uma das faculdades que tenho vontade de me formar, uma de muitas outras as quais vou me formar e tenho certeza disso, mas meu real sonho é mexer com música, algo que tenho certeza que vá acontecer, mas não pretendo fazer faculdade de música porque não quero precisar ganhar dinheiro com música, quero que minha relação continue tranquila e sem pressão, como sempre foi. Sonho também em fazer "Filosofia", "Jornalismo", mas há coisas como física e matemática, que sempre estarei estudando também por hobbie, por mais que isso pareça estranho, são coisas que sinto prazer em estudar, e eu acho que todas as pessoas sentiriam se não fosse o preconceito em relação a elas.

Bom, resumir sua vida em uma postagem, em um dia, é algo impossível, e se você pode fazer isso, considere-se um fracassado. Eu tentei ao máximo, e claro que muitas coisas não estão incluídas, muitas mesmo, mas espero que através dela você tenha tido uma idéia de como funciona este minúsculo cérebro no interior de meu crânio. E parabéns, se você leu até aqui, considere-se um vencedor.

Abraços, Marceleza