quinta-feira, 24 de abril de 2008

Explicações

Bom, estou fazendo esse post para explicar essa atualização frenética, 10 textos em um dia só.
Me mudei para Juiz de Fora e estava sem internet por aqui, por isso esse tempo todo sem postar. Apesar da ausência de posts, foi um período de intensa escrita pra mim, por isso vários posts. Infelizmente, tive de censurar e postar só partes da maioria das coisas que escrevi porque escrevi coisas muito pessoais pra postar no blog (na verdade, a maioria das coisas eu não postei nem partes) mas, de qualquer forma, acho que tem algumas coisas legais pra se ler e outras coisas ridículas, mas faz parte.
Postei alguns trechos de músicas de composição minha ou de parcerias, coisas que não costumo fazer, não sei por que me deu isso na cabeça, mas prometo que é a última vez.

Abraços

Trecho do diário de Kurdt Kobain, 1993

"(...) Amigos com quem eu possa conversar, sair e me divertir, tal como eu sempre sonhei, poderíamos conversar sobre livros e política e poderíamos fazer vandalismo à noite, que tal? Hein? Ei, eu não consigo deixar de arrancar os cabelos! Por favor! Porra, Jesus Cristo Todo-Foderoso, ame a mim, a mim, a mim, podemos continuar a título de experiência, por favor, eu não me importo se for fora-da-multidão, eu só preciso de uma platéia, uma gangue, uma razão para sorrir. Eu não o sufocarei, ah merda, merda, por favor, há alguém aí? Alguém, qualquer um, Deus me ajude, ajude-me por favor. Eu quero ser aceito. Preciso ser aceito. Usarei qualquer tipo de roupas que você quiser! Estou tão cansado de chorar e sonhar, estou muito, muuito só. Não há ninguém aí? Por favor, ajude-me. AJUDE-ME”

Sabiá (Tom Jobim e Chico Buarte - 1968)

Vou voltar
Sei que ainda
Vou voltar
Para o meu lugarFoi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Um sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que não queria

E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Um sabiá

(...)

"(...)
Eu não quero amar, eu não quero sentir
(...)"

Independência é morte

É maravilhoso o que acompanhamos nessa semana em Brasília: depois de anos de "apagão" estudantil, surge um protesto consciente e realmente determinado em Brasília, totalmente composto por estudantes.
Enquanto o "núcleo intelectual brasileiro" atira crianças pela janela após sufocamento; enquanto o "1o mundo brasileiro" (aliás, o único 1o mundo ignorante, claro que em se tratando de extremos absurdos) do mundo se preocupa em discutir independências e meiose de um núcleo de corrupção e como esconder a classe baixa para se parecer mais com a Europa e ganhar mias dinheiro com o turismo; enquanto o "centro econômico nacional" luta contra uma epidemia de dengue (Me refiro ao sudeste em geral, não me limitando ao estado do Rio de Janeiro) como a luta contra a Peste Negra há mais de quinhentos anos (nota-se que não houve grande evolução em algumas partes do mundo) e enquanto jovens desfrutam dos melhores índices educacionais em um estado que permite a construção de áreas de colégio em locais protegidos por causas naturais, tudo isso em uma época de extrema preocupação com a natureza; eis que surge um movimento realmente eficiente e inteligente e, onde? Em pleno Centro-Oeste do país.
Alguns podem dizer: "Mas é Goiás, o estado mais desenvolvido do Centro-Oeste, onde fica a capital do país". Eu diria que tenho pena da ignorância de tal afirmação. Ignorância por desconhecer as belezas naturais magníficas, como "Bonito", no Mato Grosso do Sul, que pode gerar turismo como Florianópolis ou Ilha Bela. Sinto pena pelo desconhecimento do ser com relação ao melhor gado do país; não, não me refiro ao gaúcho, há muito tempo que a carne mato grossense é considerada a melhor do país.
Beleza, inteligência e vantagens econômicas, que tal serguirmos a ideologia estúpida, besta, burra, idiota (e vários outros sinônimos) das regiões mais orgulhosas do país e lutarmos pela separação do Centro-Oeste?
Idéia que soa hilária, não? Pois é...

(...)

"(...)
'Silêncio, silêncio, silêncio, SILÊNCIO! Estou farto das pessoas exclamando em vozes ridiculamente inúteis seus irreais sentimentos hilários que escondem e tentam justificar o vazio devastador de suas almas! Não, seus imbecis, isso não é uísque, é realidade! Não percebe? Você não precisa beber para ver o que eu vejo, basta abrir seu pequeno cérebro para a realidade! Abra os olhos, não esses de sua cara, os de seu cérebro, enxergue! Olhe para o mundo e o veja de verdade!
Percebe o porquê de eu não agüentar mais as vozes que inventam problemas para justificar o vazio semelhante a todos? Problemas diferentes para justificar o vazio que é o mesmo a todos e ninguéms e questiona sobre "O que é isso?", "Que porra é essa que falta em minha vida, falta na vida de todos, e ninguém conhece?'

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Pedi mais um copo de uísque e continuei fingindo ser indiferente à sua encarada constante, rezando para que ela não tentasse uma aproximação, ou tentasse, a essa altura, já não conseguia identificar o que eu queria e o que eu não queria.
Foi quando ela se sentou em minha mesa, sem ser convidada, sem receber ao menos um sinal, simplesmente se sentou.
-Olá, qual o seu nome? - disse ela
Acendi um cigarro e, tentando ser paciente, respondi:
-Armel, Armel Dimitri. O que você quer?
Ao perguntar isso, ela deu um sorriso que eu diria malicioso e eu senti seus pés tocarem minha região genital por baixo dos panos da mesa.
-Isso você vai descobrir quando gritar meu nome, mais tarde.
Ela era, sem dúvidas, uma mulher irrecusável, seus lábios eram fartos e brilhosos, do tipo que não soa seco nem por um segundo do pensamento instintivo humano, tinha uma pinta chamativa no pescoço, do tipo que desperta pensamentos que as mulheres nunca poderiam imaginar os homens têm; seios muito fartos seguidos por uma cintura muito fina, coberta por seu vestido preto de quem quer ser elegante mas depende do bom-gosto alheio. Suas pernas eram fartas e, seus pés, no tamanho ideal e muito bem cuidados.
Com meu uísque escondido nos panos, dissolvi o segredo de qualquer pessoa esperta e discreta.
-Que tal um pouco de uísque?

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Estacionei meu carro, saí e chequei que ninguém estivesse nos vendo. Então, acendi um cigarro e o traguei como se fosse a madrugada indo aos meus pulmões e voltando, inspirando o cheiro da real liberdade e o expulsando para longe em segundos.

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'É engraçado como você pode se esforçar ao máximo para evitar seu bom gosto excessivo, tentar ser uma pessoa normal, mas nesses momentos ele ataca e você volta a ser o seu instinto, um monstro inteligentíssimo e furioso"

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Abri sua porta, peguei sua mão e a ajudei a sair do carro. Fechei a porta e a levei para dentro.
Nos beijamos e notei perfeitamente uqe o efeito já havia chegado: ela já não tinha a mínima noção do que estava acontecendo e estava absurdamente excitada.
A coloquei na cama e amarrei seus braços à cabeceira. Aproximei meu rosto ao dela para sentir sua respiração e toquei cuidadosamente seu clitóris, movimentando minha mão lentamente e depois aumentando a velocidade gradativamente.
Então, tirei a mão rapidamente e saquei minha faca, colocando-a em frente aos olhos da mulher. Então, esperei que ela os abrisse.
Sua reação foi fria, a excitação era tão grande que ela não enxergava o que aquilo realmente significava.
Rasguei seu vestido e comecei a cortá-la lentamente e, ao invés de dor, o que eu percebia era um prazer que eu nunca tinha visto anteriormente.
Então, comecei a cortar seu rosto, arranquei parte de sua orelha e procurei deformá-la ao máximo.
Arrastei-a para o carro, dirigi o mias rápido possível, dobrando várias esquinas, e a larguei muito longe, em um lugar onde ela não pudesse retornar ao meu apartamento.

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'Se ela sentia prazer em ser deformada, ainda pode ter prazer vivendo deformada'
(...)"

(...)

"As palavras ditas para o infinito vazio se chamam poesia.
Os gestos feitos em direção ao infinito vazio se chamam arte.
Poesia e arte são oração: rituais mágicos para trazer à existência, do vazio, os deuses
Que não existem.
Quando esses deuses se tornam visíveis, eles assumem a forma da beleza".
Rubem Alves

Saudade..

"Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu".
Chico Buarque

A Doença do Ego

Gostar demais de ganhar não é bem onde está o problema.
O problema é que o gosto da vitória nunca pode ser esquecido pelo paladar das pessoas. Assim como a comida, a vitória funciona para um ser humano. Quando você come lasanha todos os dias, você se acostuma com o gosto e até passa a considerá-lo normal. Quando você a come depois de uma longa abstinência, ela "soa" deliciosa. O importante não é comer todos os dias, mas com uma freqüência que permita o prazer.
Quando a pessoa vence o tempo todo, às vezes ela sente saudades do "gostinho da derrota" ou nem percebe mais suas vitórias. Quando uma pessoa perde durante uma longa fase, ela se torna gananciosa e acaba querendo sempre a vitória em tudo. Quando a pessoa perde sempre em algo que faz questão de vencer, ela passa a fazer questão de vencer em todo o resto para se sentir melhor.
Chamo isso de "A doença do Ego"

(...)

"(...)
Há coisas que fogem de nosso controle
como fumaça no ar.
Como um navio que naufraga
Em alto mar de uma sala de estar.
Então você pára e se pergunta
para onde devo nadar?
Para a saída que não nos leva a nada
Ou deixar-se afogar em uma mesa de bar.
Há coisas que passam por nossas cabeças
como um vento a soprar.
Como as ondas que limpam tudo
Na beira-do-mar, é no que eu tento acreditar
(...)"

This is the end, my only friend

"(...)
Então ela pegou o revólver e deu mais três tiros no corpo já sem vida de Arm. Tirou seu perfume do armário e espalhou pelo quarto, apagou a luz, trancou a porta e foi para seu quarto dormir.
Se a vida de Arm mudou, eu não sei, no escuro e sozinho foi como ele passou a maior parte de sua vida.
Havia um bilhete em sua mão, nunca foi lido."