quinta-feira, 15 de novembro de 2012

(...)


Será saudade ou nostalgia?
Uma manhã fria
Apenas uma sala vazia demais
Uma cabeça cheia
Querendo descansar em paz

Pelo ônibus, sonhando acordado
O corpo pelado no espelho após o banho
O olho insano se esquece de um sonho
Da boca que um dia viu cantar

Quando for velho, fujo de tudo
Não haverá trabalho ou histórias
Transas ou memórias
Apenas um rosto a barbear

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Sorte

http://www.youtube.com/watch?v=E2j-frfK-yg


A sorte é um fato. A combinação de inúmeros fatores, independentes e abstratamente aleatórios. A junção de tantas vontades humanas, direta ou indiretamente ligadas ao fator, forma a intensidade que o torna independente da própria vontade individual. Estes, combinando-se sem qualquer padrão – não havendo qualquer critério – formam as situações. Daí produz-se a sorte. Pode nunca acontecer em sua vida, pode acontecer em proporções desprezíveis (envolvendo poucos fatores) ou grandes proporções pouco efetivas (que produzam pouco resultado), mas a combinação de fatores aleatórios resultante em efeitos benéficos ao indivíduo é uma possibilidade inexplicável – talvez porque não tenha explicação – e, ainda assim, fática. Uma verdade universal. Independe da similaridade de fatores - se todos os planetas fossem similares à Terra, tal conceito seria simples e banal, talvez desnecessário e substituível. Eis a grandeza do Universo: sua abstração. Independente da substância que preenche as condições, fatos ou atos. Independente da vida, sujeitando até mesmo os objetos inanimados. Em qualquer ponto do Universo, há influência de fatores. Em qualquer ponto do Universo, pode existir a sorte. Pequena ou grande, uma confluência admirável. Em uma esquina qualquer, em uma coincidência qualquer.

É tudo o que me resta da crença no superior.