quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pesadelos

Os pesadelos nunca deixarão que você se esqueça da insanidade, como cicatrizes.

Um dia um homem casado, com sua vida feita, após beijar seus filhos e sua mulher e deitar-se, acordará de madrugada, com o corpo completamente suado, e não se dará ao trabalho de acordar sua esposa, por saber que será um incômodo em vão.

Assim como um empresário bem sucedido, após um dia muito produtivo, em sua cama solitária, acordará assustado, no escuro, e tentará se concentrar e dormir para seu atarefado dia seguinte.

Um padre, a despeito de toda sua dedicação, acordará lembrando-se de que seu interior questiona sua própria fé, ao redor da qual gira sua vida.

Um mendigo, deitado em qualquer lugar coberto de uma calçada, enrolado em um velho cobertor, acordará sem compreender como o interior de sua mente pode assombrá-lo mais do que o próprio mundo.

Há algo que une a existência de todas as pessoas que sentem o mundo. E por mais que se tente ignorá-lo, é impossível deixar de senti-lo. Há uma razão pela qual nenhum corpo se encaixe naturalmente ao seu, e é em vão qualquer esforço para tentar explicar a solidão. Algumas pessoas estão fadadas a ela e terão de aprender a lidar com sua convivência, sem qualquer explicação.



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Sábado viajarei para Amsterdam e, posteriormente, Moscou e São Petersburgo. Se não encontrar inspiração na viagem, vou deletar este blog e desistir de escrever. Honestamente, estou cansado.