quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Ordem e Progresso

É comum refletirmos sobre os rumos do Brasil - se o país segue ou não o caminho que carrega em sua bandeira - e, ao o fazermos, criticarmos a classe média e baixa por não seguir esse lema.
A origem do lema está no positivismo, mais profundamente, em Augusto Comte, francês, que dizia que, para haver progresso, deveria haver um trabalho por parte de uma classe inexpressiva, isso é, que trabalhasse sem se organizar, revoltar ou exigir participação política, deixando o governo como responsabilidade das elites.
O quadro brasileiro que melhor se encaixou no lema de nossa bandeira é o Estado Novo de Getúlio Vargas que, ao mesmo tempo que criou leis em prol do bem-estar do trabalhador, o manteve fora do quadro político através dessas leis, uma espécie de suborno aproveitador da menor informação e noção política do trabalhador, e também da criação dos sindicatos, que ligavam as exigências e o caminho da revolta operária ao governo, evitando assim, revoltas; logo, havia uma classe passiva de trabalhadores e, através de um presidente de inteligência, isso convertia em progresso.
O nosso erro, ao usar o lema "Ordem e Progresso" para criticar a atual situação do país é direcionar a crítica à classe média/baixa; continuamos com uma classe de trabalhadores passivos politicamente, o que confirma o aspecto ordem no sentido dado por Comte, o que nos falta é uma elite inteligente no poder que perceba que, a longo prazo, o desenvolvimento do país os trará mais benefícios do que a usual corrupção.
Para perceber isso basta notar que a elite brasileira nao se compara, no quesito poder aquisitivo, à elite de países de primeiro mundo. A corrupção é pensar pequeno para si mesmo; não é socialismo, não é beneficiar o povo, é desenvolver o país para trazer desenvolvimento expressivo e econômico à elite nacional, a melhoria das condições de vida das demais classes vem como conseqüência a esse desenvolvimento, como aconteceu nos países de primeiro mundo.
A classe média/baixa brasileira ser burra não é o que atrasa o país, mas sim, a burrice elitista nacional.