terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Muros e grades

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Nas grandes cidades, no pequeno dia-a-dia
o medo nos leva tudo, sobretudo a fantasia
Então erguemos muros que nos dão a garantia
de que morreremos cheios de uma vida tão vazia
Erguemos muros...
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Nas grandes cidades de um país tão violento
os muros e as grades nos protegem de quase tudo
Mas o quase tudo quase sempre é quase nada
e nada nos protege de uma vida sem sentido
O quase tudo quase sempre é quase nada...
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Um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre sombras
entre as sobras
da nossa escassez
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Um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre cobras
entre escombros
da nossa solidez
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Nas grandes cidades de um país tão irreal
os muros e as grades nos protegem de nosso próprio mal
Levamos uma vida que não nos leva a nada
Levamos muito tempo pra descobrir
que não é por aí, não é por nada não
não, não pode ser, é claro que não é
será?
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Meninos de rua, delírios de ruína
Violência nua e crua, verdades clandestinas
Delírios de ruína, delitos e delícias
Violência clandestina faz seu trottoir
Em armas de brinquedo, medo de brincar
Em anúncios luminosos, lâminas de barbear
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Um dia super
uma noite super
uma vida superficial
entre as cobras
entre escombros
da nossa solidez
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Uma voz sublime
uma palavra sublime
um discurso subliminar
entre sombras
entre as cobras
da nossa escassez
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Viver assim é um absurdo, como outro qualquer
como tentar o suicídio ou amar uma mulher
Viver assim é um absurdo, como outro qualquer
como lutar pelo poder, lutar como puder