sábado, 10 de janeiro de 2009

Rock n' roll nunca será passado

Estou ficando velho. Triste e precoce, mas é a realidade. Impressionante o que um CD que há muito você não ouvia pode resgatar e trazer para você; é o que o "Panela do Diabo" - Raul Seixas - está fazendo comigo agora.
Me lembro de minhas duas primeiras bandas, meus tempos "Raul Seixas"; como eu mudei, como eu me sinto diferente.
Envelheci, mas de uma forma engraçada, muito do que foi ainda é - o rock ainda corre em minhas veias; amadureci, mas ainda acredito em meus sonhos. Olho para pessoas que passaram por minha vida musical de maneiras diversas em minha adolescência e sinto que neles o sonho de uma banda, mudança, ficou para trás, apagou-se perante as obrigações e preocupações da maturidade; esses sonhos não adormecem em meu coração; idéias amplamente diferentes, mas os sonhos se mantêm e se mantêm também a garra e a vontade de realizá-los.
Quando o rock n' roll se torna passado, descobre-se que ele nunca foi presente; uma descoberta que nunca experimentarei.

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"Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
.
Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
o que não pode ser.
Não sei, pois nasci para isso, aquilo
e o enguiço de tanto querer.
.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
.
Estou sempre
pensando em aparar os cabelos de alguém
e sempre tentando mudar a direção do trem.
À noite a luz do meu quarto eu não quero apagar
pra que você não tropece na escada quando chegar.
.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
.
O meu egoísmo é tão egoísta
que o auge do meu egoísmo é querer ajudar.
.
Mas não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
o que não pode ser.
Não sei, pois nasci para isso, aquilo
e o enguiço de tanto querer.
.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou.
Carpinteiro do universo inteiro eu sou, assim;
no final, carpinteiro de mim."